Completar 40 anos de idade é algo marcante e simbólico para qualquer pessoa, visto que esta data marca uma ótima oportunidade para se olhar para trás e observar o caminho trilhado até então. Mais do que isso, esta data nos faz refletir se as escolhas foram adequadas, se teríamos feito algo diferente, se esperávamos mais ou menos da vida, se já somos realmente maduros? Pois é, este dia de profunda reflexão chegou hoje para mim e eu tenho imenso orgulho disto. Mas não serei egocêntrico neste momento, e por isso compartilharei com todos vocês o que eu penso da minha vida, dos meus sonhos, das pessoas mais importantes e o que me faz realmente feliz. Este é o tipo de texto que não nos obriga a chegar a conclusões engessadas, já que elas podem mudar daqui a 40 anos. Mas uma coisa é certa, aos 40 anos eu sou e penso assim!
Com certeza você já ouviu a frase que diz que a nossa felicidade estaria completa se realizássemos três atos durante a nossa vida: plantar uma árvore, escrever um livro e ter um filho. Em conformidade com a minha habitual rebeldia e mania de sempre expor o que eu penso sobre tudo, vou lhes adiantar que esta frase não me completa e é exagerada em um ponto. Sinceramente, já plantei algumas árvores na vida, até mesmo quando me formei médico, e posso lhes dizer que achei este um gesto bonito e ecologicamente correto, mas não tão especial quanto se sugere. Plantar algumas árvores foi interessante mas não me tornou mais ou menos feliz. Por outro lado, escrever um livro tornou a minha vida mais especial e deu forma e letras a muitas coisas que eu pensava e ainda penso. Ainda considero o livro atual em relação ao meu modo de viver porque o escrevi com imensa transparência e profundidade. Sinceramente, acrescentaria que ler livros também nos deixaria muito mais felizes, porque eu me sinto assim quando tenho um belo exemplar em minhas mãos. O terceiro ato, este sim, um verdadeiro ato de amor e que simboliza o maior presente que podemos ter na vida, um filho. Ter um filho nos faz completos, ter os meus dois filhos me fez acreditar em Deus e em sua bondade. Este momento é tão especial que merece ser descrito em detalhes , e por isso o farei no decorrer do texto. Mas se eu critiquei a tão famosa frase, o que eu lhe acrescentaria se eu fosse o seu autor. Fácil! Eu adicionaria que para ser feliz uma pessoa também deveria se preocupar em ser um cidadão relevante à Sociedade e ao próximo, tocar algum instrumento musical (mesmo que se comece a aprender aos 37 anos como eu) e, principalmente, viver um grande e verdadeiro amor! Nas próximas linhas vou falar sobre muitas pessoas importantes, fazer alguns relatos da minha vida, deixar claro os meus valores mais básicos e, acima de tudo, poder dizer que aos 40 anos sou muito feliz. E se sou feliz devo isto a admitir e acreditar em um pensamento muito simples: vivo em um Mundo real e não em um conto de fadas, e por isso compreendo as imperfeições, as tristezas, as frustrações, as conquistas e alegrias com mais naturalidade e tranquilidade. Após tanta filosofia, vamos ao texto!
No dia 1° de maio de 1973 eu nascia em Florianópolis, cidade natal da minha Mãe e local da formação universitária do meu Pai. Sou o primogênito de um casal de 22 e 25 anos respectivamente, quase pós-adolescentes, que provavelmente sonharam e desejaram muito este momento. Quando nasci o meu Pai se encontrava trabalhando em Lajes (SC), e foi ao meu encontro. Com a ansiedade do momento passou um apuro na estrada após uma rodada com o carro. Para quem só aprendeu a dirigir depois de ganhar o primeiro carro da vida em um sorteio de loja, isto era mais do que esperado. Para tornar o momento ainda mais emocionante, nasci com uma alteração cardíaca congênita, que nunca repercutiu em minha vida, mas que trouxe momentos de enorme angústia aos meus Pais logo após o meu nascimento. Este período de preocupação com a minha saúde é contado até hoje pelo meu Avô Nilson, que relata até o comportamento pouco amigável do Pediatra que me atendeu. De qualquer forma, estes momentos marcam o que foi a minha vida. Uma Mãe amável, sempre presente, preocupada, atenciosa. Um Pai responsável, que sempre cumpriu as suas obrigações com toda força possível, um provedor justo e sério. Com a minha Mãe, aprendi a ser afetuoso, a ser caridoso, a gostar de ler, a me preocupar com o próximo, a falar de maneira gentil e amistosa. Observando o meu Pai, aprendi que nada é de graça, a assumir responsabilidades, a entender as fraquezas dos mais simples, a gostar de trabalhar (sozinho e em equipe), a ter paciência e a lutar muito por objetivos. Mas se há algo que aprendi com ambos, foi ser decente e a viver dentro das minhas possibilidades. Eles souberam incutir em mim o princípio da honestidade e do compromisso. Eles sempre deixaram claro que ser correto é muito mais do que um evento e sim um modo de vida. Aos 12 anos eu já fazia parte da conta bancária conjunta deles, e jamais na minha vida consultei o extrato ou fiz algum saque desta conta. Eu apenas pagava as contas no banco, já que não tínhamos Internet naquela época. Um dia, na adolescência, fui repreendido pela minha Mãe porque não me esforçava e não fazia uso de todas as minhas potencialidades escolares. Entrei na Faculdade de Medicina aos 17 anos. Pedia ao meu Pai uma camiseta de grife, ganhava alguns resmungos. Sugeria que um livro talvez fosse importante para mim, amanhecia com um cheque na minha cabeceira. Acho que estas poucas palavras mostram um pouco da minha essência e de como fui formado como homem. Mais do que isso, tive prazer de vê-los crescer e amadurecer, passando com eles por várias etapas difíceis, mas sempre vencidas. Como disse Albert Einstein, “o exemplo não é a melhor forma de influenciar as pessoas, é a única”. Garanto que tenho Pais exemplares, e isto fez toda a diferença em minha vida. Aos meus Pais, todo agradecimento seria insuficiente, mas eu ficaria muito feliz se eles olhassem para mim após 40 anos e chegassem a conclusão de que valeu a pena.
Tenho três irmãos, e apesar de hoje não vivermos tão próximos em decorrência de compromissos pessoais ou por morarmos distantes uns dos outros, nutro extremo carinho por eles. Ser o irmão mais velho de uma Família com quatro filhos me fez diferente. Como morávamos no interior do Espírito Santo, sem Família próxima, passei a ajudar nos cuidados deles de alguma forma, principalmente quando penso nos dois mais novos. Dois anos após o meu nascimento veio o Fabricio, o Bicio. Este “cara” foi a minha dupla de futebol por anos. Na única vez em que jogamos um campeonato em um time de futebol diferente, eu fui o artilheiro, ele foi campeão. Brigávamos e jogávamos nas mesmas proporções. Somos muito diferentes. Eu sou destro, ele canhoto. Ele era extrovertido e namorador, eu discreto e tímido. Ele gostava de roupas novas, e eu das antigas e preferidas. Ele corria de bicicleta, os vizinhos nos confundiam e eu levava a culpa. Ele pulava e subia em tudo, e eu tenho um monte de suturas na cabeça. Ele fala alto e eu não gosto de barulho. Esta sempre foi a magia, gostar muito do outro, mesmo sendo tão diferentes. Hoje o Bicio é o padrinho do meu filho mais novo. O terceiro foi o Felipe, o Lipão. Este foi o meu companheiro de quarto por muitos anos. Nunca mexemos em algo do outro, gostamos de ler, gostamos de escrever e gostamos de música. Por sinal, fui o avalista do primeiro violão dele. Caso ele abandonasse as aulas precocemente eu teria que arcar com os custos do instrumento. Felizmente isto não aconteceu. Mas uma coisa ele não tinha em comum comigo. Ainda não inventaram um esporte com bola pra ele jogar bem, mas mesmo assim foi obrigado a jogar muito futebol comigo e com o Bicio para compor um time. Por outro lado, há algo que invejo nele e nas pessoas que têm este atributo: a criatividade. Com certeza ele é o mais criativo e inteligente de todos nós. Por último chegou a Fabiana, a Juju (apelido inspirado na bala Jujuba). Ser uma menina no meio dos moleques não lhe trouxe grandes problemas, mas também não lhe trouxe facilidades. Por ordens maternas, ela foi criada pelos Pais e não pelos irmãos. A Juju tem muito em comum comigo. Somos preocupados, muito responsáveis, cuidadosos com os filhos, esforçados e levamos tudo muito a sério. Devido a diferença de idade ela foi sempre mais próxima do Felipe, mas eu fui atento ao que se passava com ela, e posso afirmar que ela é uma pessoa digna de muito respeito. Atualmente somos compadres, porque ela é Madrinha do meu filho mais velho e eu sou Padrinho da linda Isabela. Quanto aos meus irmãos posso deixar a mensagem de que acima de tudo nestes 40 anos tentei ser um bom exemplo e inspirador de boas atitudes.
Quando acrescentei alguns itens à frase que definia a felicidade, inclui viver um grande amor como algo essencial para que fossemos realmente felizes. Tenho orgulho de dizer que vivo um grande amor todos os dias. Mas como em tudo na minha vida tive que lutar por isso! Em 1997, enquanto eu ainda era residente de Cirurgia Geral e estava passando em estágio na Enfermaria de Cirurgia, tive o prazer de ver uma linda moça passar na minha frente. Ela tinha uma pele clara, um olhar difícil de se saber se estava feliz ou não, um jeito responsável, estava de cabelo preso e usava uma blusa jeans por cima da sua roupa branca. Foi a primeira vez que eu vi a Renata, e inesperadamente para alguém tão racional e prático como eu, apaixonei-me à primeira vista. Disse à uma colega que estava ao lado que namoraria aquela linda menina que havia visto pela primeira vez há um minuto. Namoro até hoje! Quem lê isto imagina que eu fui um conquistador, mas nunca cheguei perto do merecimento deste título. Simplesmente apaixonei-me e corri muito atrás disto. Descobri o telefone dela através de um amigo de residência médica, fiquei amigo do Diretor do Curso de Fisioterapia para que ele nos apresentasse, e finalmente saí com ela no dia 08 de novembro de 1997. Esta data representa para mim o dia de comemorações do nosso relacionamento. Ela saiu comigo pela indicação do Diretor da sua Faculdade, não me conhecia, não gostaria de namorar um médico, não gostava de “baixinhos” e deu muito, mas muito trabalho, conquistá-la. Como pegadinha, ela usou um salto realmente alto no nosso primeiro encontro, e obviamente fiquei menor que ela. A tática foi boa, mas não me intimidou, ela ainda não conhecia a minha teimosia característica. Sou feliz ao lado dela, grato por ela ter lutado pela nossa união, principalmente quando fomos morar juntos sem nos casarmos oficialmente (este foi o ato de maior coragem da vida da Renata), de ter nela a minha melhor amiga e de ter um carinho interminável por ela. A Renata é responsável, direita, honesta, discreta, ponderada, comedida, e muito, mas muito linda. Como ela disse certa vez, “eu te amo do meu jeito”, e posso dizer que faço o mesmo. Só que o meu jeito é intenso e até, mesmo chato. Mas é o meu jeito! Valeu ter vivido 40 anos para poder viver este amor com a Renata e saber que sou capaz de ter um sentimento tão bonito e puro por alguém.
Um amor sincero como o que eu sinto pela Renata seria injusto se não fosse capaz de trazer frutos ainda mais maravilhosos, e trouxe. Temos dois lindos filhos. Sinceramente não passei a vida sonhando em ser Pai, em jogar bola com um filho ou em brincar no mar com ele. Na juventude não entendia a importância destes momentos. Mas Deus não nos dá o que pedimos, Ele nos dá o que precisamos. Ter dois filhos foi a coisa mais especial que pude viver na vida, e mais ainda porque vieram do meu amor pela Renata. Um veio sem programação, o outro totalmente programado, um é calmo, o outro bravo, um se faz respeitar pela seriedade, o outro é carismático, um é estressado, o outro estressa. Ambos são apaixonantes e especiais. Sinto pena daqueles que reclamam que o final de semana é o de folga da babá e que terão que cuidar dos seus filhos. Os meus filhos sempre conviveram conosco, diariamente, nos dias felizes, nos dias chatos, nos dias de festa, nos dias de febre. Compareci juntamente com a Renata a todas as reuniões escolares da vida dos dois, fui a todos os eventos importantes da ainda curta vida deles, cozinhei pessoalmente as sopas que comiam quando eram bebês, dei banho neles desde que tinham um dia de vida, os vi nascer, apresentei o mais novo ao mais velho (esta foi a cena mais bonita que vi nos meus 40 anos), dei leite de madrugada, comemorei gols, os vi ganhar medalhas, sofri com a púrpura trombocitopênica do mais velho, descobri que teria o mais novo logo depois deste período difícil. Sou participativo desta maneira para que os meninos se sintam amados e valorizados, o que lhes trará no futuro maiores chances de serem pessoas relevantes, resolvidas e capazes de realizar seus próprios sonhos. O meu sonho em relação a eles é que eles sejam realmente felizes. Se não sonhei ser Pai enquanto jovem, é fato e motivo de orgulho lhes dizer que ser Pai destes dois lindos meninos é algo muito gratificante. No dia dos Pais lembrem-se que estarei sempre vivendo o dia mais feliz do meu ano, porque neste dia comemorarei o fato de ser Pai do Guilherme e do Luis Fernando. Aproveito este momento para demonstrar o enorme afeto que tenho também pelos meus três afilhados, o Bruno (o “Guerreiro”), a Gabriella e a pequenina Isabela.
Ser um cidadão relevante, está aí um desafio dos mais difíceis, ainda mais em um País como o nosso. Mas para isto não é preciso ser um gênio, um megaempresário, ser rico ou um governante. Para ser útil e gentil a alguém basta que se tenha boa vontade. Tratar aos outros com respeito e delicadeza, entender os limites e fraquezas de cada um, lutar e ajudar para que vivamos em um Mundo melhor, mais honesto e justo, são modos de se tornar importante, mesmo que este pareça um trabalho de formiguinha e sem resultado. Se todas as pessoas de bem fizessem o mesmo, estaríamos vivendo com muito mais tranquilidade. Sou bastante ativo com opiniões e sugestões em todos os lugares que frequento, seja com a minha própria Família, nas escolas dos meus filhos ou no clube em que somos sócios, por exemplo. Mas faço isto sempre pensando no bem coletivo. De nada adianta ter vantagens pessoais se o grupo continua com dificuldades. Apesar de dar imensa importância ao bem coletivo, também valorizo muito as conquistas individuais, e por isso defendo a meritocracia, a educação e o esforço como trampolins para uma Sociedade mais justa, onde os vencedores se tornarão o maior estímulo para aqueles que desejam progredir. Como médico, ser útil e interessado pelo próximo se tornou uma constante, mas mais um prazer do que uma obrigação. A real razão para ter sonhado ser médico desde criança me perseguiu por anos. Crianças não sabem o que é Biologia ou Química, e por isso, razões acadêmicas não explicariam esta vontade. Pensar no status da profissão não me atraia, e ainda não atrai. A resposta veio com a maturidade: eu sempre quis ser médico porque sempre amei o ser humano. Desta forma, consegui fazer coisas que me farão lembrar dos meus primeiros 40 anos de vida com alegria. Consegui acabar com a fila de cirurgia de um Hospital Público. Criei um site médico que é lido e visto por milhares de pessoas todos os dias (e que já foi lido por mais de 3 milhões de pessoas), sem qualquer custo aos visitantes. Com certeza salvei algumas vidas e aliviei o sofrimento de muitos. Mas mais do que isso, sempre tratei a todos que me cercam com a decência, respeito e carinho que mereciam. Deixo aqui um agradecimento aos meus amigos. Sem eles não poderia ser realmente um médico relevante e útil. Estes amigos são e foram essenciais no meu aprendizado médico e na conquista de bons resultados. Não citei os nomes destes queridos amigos aqui porque todos foram sinceramente agradecidos e homenageados em meu livro. Quanto à cidadania, deixo aqui a mensagem de que independentemente da idade, sexo ou classe social, todas as pessoas do Mundo sentem imenso prazer e satisfação quando são tratadas de maneira justa e adequada. Só depende de nós!
Faltou o instrumento musical! Pois é, durante anos assisti a muitos shows na TV, ouvi música no rádio, vi clipes na MTV (na adolescência) e no You Tube, mas sempre carreguei a sensação de aquilo não era para mim. Bobagem! Todos somos capazes de realizar muitas coisas, desde que nos dediquemos realmente a isso e entendamos as nossas limitações. Como deveria ser gostoso poder se sentar com amigos e tocar, como deveria ser legal poder participar da diversão e não ser somente um expectador? Mais do que isso, como seria tocar um instrumento e se libertar de um Mundo cheio de problemas e ser mais feliz? Sabendo do meu sonho, da minha imensa vontade e completa falta de coragem, há alguns anos a Renata me matriculou em uma aula de bateria. Mas eu não era aquele que achava o barulho algo ruim? Aprendi que a bateria não faz barulho, ela pulsa! Quando fui comprar as baquetas nem fazia ideia de que elas eram numeradas, mais leves ou pesadas, de nylon ou de madeira. Desde então estudo este instrumento com o paciente e atencioso Professor José Carlos, e com ele aprendi teoria musical, leio partituras e divirto-me muito. No ano passado ultrapassei todos os meus limites pessoais e apresentei-me em público. A primeira música que toquei foi “Imagine” de John Lennon, música que por si só já tornou o momento especial. Mas melhor do que isso, foi ver a minha Família ali, assistindo, torcendo para que eu não errasse, e até mesmo, surpreendendo-se. Será difícil esquecer a apreensão da Renata, como se eu fosse um filho dela. Ter percebido que ela estava se sentindo assim me trouxe uma imensa sensação de ser querido. Aquele dia sempre fará parte das minhas melhores lembranças e desafios dos meus 40 anos. Atualmente toco também pandeiro e cajón, e tenho o imenso prazer de dividir algumas músicas com o Guilherme, que está se saindo muito bem com o violão, com o pandeiro e com a bateria. Quanto ao Luis Fernando, aos 3 anos já bagunça muito bem na minha bateria, tentar tocar o pedal do bumbo mesmo sem alcançá-lo direito, e logo estará na banda também. Este sonho eu realizei antes de fazer 40 anos e lhes garanto que a felicidade por isto é imensa.
E quanto a gostos pessoais, aqui deixo alguns exemplos de coisas e pessoas que me divertiram e me fizeram mais feliz nestes 40 anos. Os esportes que mais gosto são o futebol, o futebol americano, o tênis e o vôlei. Os ídolos do esporte profissional são Ayrton Senna (pela imensa capacidade), Gustavo Kuerten (por ser um campeão generoso), Roger Federer (pela elegância ao jogar, ganhar e perder), Michael Jordan (por ser o melhor e mesmo assim treinar mais do que todos) e Rogério Ceni “o M1to” (por ser um líder, por ter vencido tudo e por me proporcionar momentos inesquecíveis de diversão). No esporte amador, o meu maior exemplo se chama Guilherme Valério, porque ele joga sempre como se fosse uma final (mesmo nos treinos), corre por dois (já foi apelidado de “raça pura” e “tanque de guerra”), é incansável, joga pela equipe, não é exibido, é humilde, respeita os adversários, entende os seus limites, sabe usar as suas virtudes e põe a alma no jogo. Quanto às músicas, as mais bonitas são “Your Song” (Elton John), Wonderful Tonight (Eric Clapton) e “Beautiful Boy” (John Lennon). A música inesquecível se chama “I say a little prayer for you”, e que sempre me lembrará o primeiro filme que vi com a Renata (Casamento do meu melhor amigo). As músicas da adolescência foram “Sweet child o’mine” (Guns and Roses) e Índios (Legião Urbana). As melhor banda foi o Queen. A música que mais representa este momento da minha vida é “Tocando em frente” (Almir Sater e Renato Teixeira). Os filmes mais interessantes que assisti foram “Gladiador” e a “Lista de Schindler”. Quanto aos livros, farei uma lista mais extensa, já que a leitura é a minha maior paixão. Lembrando de biografias, as mais inspiradoras foram sobre Steve Jobs, Abraham Lincoln, Ayrton Senna e Nelson Mandela. Não sou um grande leitor de romances, mas os melhores que li são “O caçador de pipas” e “Adeus China” (que é quase uma biografia). Quanto a livros de não ficção, entram com honras em minha lista “O ponto da virada”, “Outliers – Fora de Série”, “Previsivelmente irracional”, Freakonomics” e “O mundo é plano”. Quando penso em livros de História, considero “O vulto das torres” e “1822” os melhores que li. Em relação a livros sobre Negócios, algo que também gosto bastante, os melhores são “A estratégia do Oceano Azul” e a “Cauda é longa”.
Hoje, pensando em toda a minha vida, alegrias e tristezas, conquistas e frustrações, posso lhes garantir que o meu saldo é muito, mas muito positivo. Levo uma vida verdadeira, dentro dos princípios mais rígidos da honestidade e da moralidade, sou casado com a mulher da minha vida, amo os meus filhos e convivo muito com eles, tenho poucos mas sinceros amigos, vivo da profissão que escolhi (que por sinal é mais linda de todas) e tento desempenhá-la com padrão elevado, aprendi a viver com conforto mas sem luxo, não sou vaidoso, sou otimista (mais pela persistência do que por estado de espírito), não dou a menor importância para convenções sociais que julgo fúteis e todas as pessoas que amo estão bem e saudáveis. A vida é um página que escrevemos sem o direito a fazer um rascunho. Não há como reescrevê-la. Por isso corri atrás de todos os meus objetivos e sonhos assim que me julguei capaz disto. Arrisquei-me muitas vezes e fui até mesmo corajoso em alguns momentos, mas foram exatamente estas atitudes que tornaram a minha vida especial e feliz. Se tivesse sempre seguido a cartilha mais óbvia e preconizada pela maioria das pessoas, não teria esta linda e real história para lhes contar. Vivi os meus 40 anos da maneira que desejei, e isto fez a diferença.
Muito obrigado a todos que de alguma forma fizeram parte dos meus primeiros 40 anos de idade!
Fernando Borges Valério, 1° de maio de 2013.
Postado por:
Dr. Fernando Valério