Os pólipos de vesícula biliar são protuberâncias na mucosa da vesícula, geralmente são um achado incidental de uma ultrassonografia abdominal, e tem como maior interesse o potencial que alguns tipos de pólipos têm de se tornar um tumor maligno (câncer). A maioria dos pólipos não têm a capacidade de se malignizar, e são apenas alterações estruturais ou depósitos de gordura (colesterolose) na mucosa. A ultrassonografia encontra pólipos em 1,5 a 4,5% dos exames de vesícula biliar. O mais importante é que, apesar da ultrassonografia identificar o pólipo, ela não pode afirmar com segurança se a lesão se trata de um pólipo benigno e sem risco, ou um pólipo pré-maligno ou um câncer de vesícula. Desta forma, algumas considerações são feitas de acordo as características dos pólipos, como número e tamanho, para que se decida entre o acompanhamento ultrassonográfico periódico ou pela cirurgia.
Os pólipos são divididos em benignos e malignos. Os pólipos benignos mais comuns são os de colesterol (colesterolose), inflamatórios e adenomas. Os adenomas são importantes porque têm a capacidade de se tornarem tumores malignos. Quanto ao pólipos malignos, os mais comuns são os adenocarcinomas. O fator mais importante em relação ao potencial de malignização dos pólipos é o seu tamanho. Sabe-se que os pólipos com mais de 2cm são quase sempre tumores malignos de vesícula, enquanto os pólipos entre 1 e 2 cm também já apresentam esta possibilidade entre 43 e 77% dos casos. Os cálculos de colesterol têm em geral menos de 1 cm, e geralmente são múltiplos.
Os pólipos de vesícula são tratados apenas através da cirurgia, ou porque causam sintomas ou como prevenção ao câncer de vesícula. Apesar do maior número de pólipos se tratarem de lesões benignas e sem risco, toda atenção deve ser dada ao risco de um câncer de vesícula, já que esta doença tem um prognóstico ruim. Desta forma, a ressecção de uma lesão pré-maligna ou de um tumor em fase inicial é muito importante. Os pacientes que apresentam os pólipos em associação com cálculos de vesícula devem ser operados, independente da presença de sintomas ou do tamanho dos pólipos, já que sabidamente esta associação aumenta o risco de câncer de vesícula.
Desta forma, as pessoas que apresentaram pólipos de vesícula em sua ultrassonografia devem ser acompanhados por um Cirurgião do Aparelho Digestivo, que decidirá qual a melhor forma de acompanhamento do pólipo ou até mesmo indicará a cirurgia, caso julgue que o pólipo apresenta qualquer risco.
Dados do autor:
Dr. Fernando Valério
Gastroenterologista, Nutrólogo e Proctologista
São Paulo, SP
Consultas: particulares e Omint
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Dr. Fernando Valério