Segundo o filósofo Nietzsche, “as vacas são mais felizes do que os homens, visto que elas só se preocupam com o presente, não vivem as frustrações do passado, e muito menos as angústias de um futuro incerto”. Como já descrito anteriormente por filósofos, e hoje ratificado pela neurociência, podemos afirmar que: o homem é o único animal que pensa sobre o futuro. A questão é saber se estamos preparados para isto, e se este poder nos torna mais ou menos felizes. A vida é um banco em que seremos credores ou devedores das nossas atitudes, ou seja, o nosso amanhã será o resultado do que guardamos ou consumimos hoje.
Segundo o economista Eduardo Giannetti, autor do livro “O valor do amanhã”, que por sinal me inspirou a escrever este artigo, nós não podemos cair em dois erros intertemporais, a miopia e hipermetropia. Na miopia intertemporal, nós só enxergamos o que está perto, e a nossa visão não alcança as repercussões futuras de tudo o que fazemos. Este é aquele que não se preocupa em poupar para a aposentadoria, quando obviamente não teremos a mesma força de trabalho do jovem, ou aquele que fuma desde cedo, já que o enfisema pulmonar e o infarto do miocárdo são doenças de “velho”. Por outro lado, na hipermetropia intertemporal, a preocupação com o futuro é tão exagerada, que não se vive o presente. O melhor exemplo disto é aquele senhor que poupou dinheiro a vida inteira para um dia aproveitá-lo, só que este dia nunca chega. A vida passou, o futuro chegou, e ele não se deu conta disso. Ou daquele pai que trabalha o dia todo para um dia aproveitar a vida com os filhos. Quando ele acordar, os seus filhos já estão longe, com os seus próprios filhos. Fique atento, não deixe que os seus planos futuros ofusquem a sua visão das boas coisas que estão acontecendo ao seu lado hoje.
O filósofo Arthur Schopenhauer diz que “o jovem vê o a velhice pelo lado contrário do binóculo, ou seja, ela está muito distante e quase inalcançável. Por outro lado, o idoso vê a juventude pelo lado certo do binóculo e chega a conclusão de que a vida parece um passado deveras curto”. Viva os seus dias como se fossem os últimos, mas faça planos como se você fosse eterno.
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Dr. Fernando Valério