Atualmente, devido ao crescente número de especialidades médicas, em decorrência do apronfudamento científico que os assuntos médicos geraram, há uma grande dificuldade em se encontrar o médico generalista. Este tipo de médico, que hoje é chamado de Médico da Família, era aquele que opinava sobre todos os assuntos médicos, que instituía grande parte dos tratamentos necessários e que atuava firmemente na prevenção de doenças. No entanto, além da carência deste tipo de médico, criou-se na opinião pública uma batalha para se saber quem é o médico mais importante: o especialista ou o generalista. Na minha opinião, não deve haver um vencedor e, sim, colaboradores, já que ambos apresentam um grande papel, apesar de distintos.
Vamos a alguns exemplos que lhe façam refletir. Caso você tenha uma gripe muito forte, você não acharia exagerado procurar um otorrinolaringologista? Provavelmente sim, já que qualquer médico deve estar habilitado a examiná-lo e a tratá-lo de um problema tão comum. Neste caso, o médico generalista seria mais do que eficiente. Ou se você quisesse fazer um check-up, e avaliar a sua função cardíaca, pressão arterial, glicemia, colesterol e próstata. Eu acredito que você preferisse que um único médico fosse capaz de orientá-lo sobre todos estes temas. Mas, se algum parente próximo sofresse um infarto agudo do miocárdio, você gostaria que ele fosse atendido por um médico com bom conhecimento geral, ou por um cardiologista especialista nesta área, e que estuda muito mais profundamente sobre esta doença? E se você apresentasse um quadro de asma muito forte, você não gostaria de passar em consulta com um pneumologista especializado neste assunto? Como se vê, não há a necessidade de se confrontar estes dois modos de Medicina, já que ambos atuam em benefício da população.
Eu sou um especialista em Cirurgia Digestiva e Coloproctologia, o que faz de mim uma referência para os casos mais complexos desta área. É claro que se um paciente apresenta um quadro de gastrite causado por anti-inflamatórios, o médico generalista poderá atendê-lo de forma muito satisfatória. Mas, caso um paciente apresente um câncer de estômago, obviamente ele necessitará de um especialista. Um trabalho realizado na Suécia a respeito do tratamento do câncer de reto e de cólon (intestino grosso), provou que os pacientes que foram operados por especialistas no assunto (coloproctologistas) apresentaram maior chance de cura do que aqueles tratados por cirurgiões gerais, e com formação médica mais genérica. Ou seja, a maior capacitação do cirurgião se tornou um fator de melhor prognóstico para esta doença. Isto mostra que a grande especificação em determinadas áreas de atuação é salutar a todos, ao contrário do que se possa pensar.
Desta forma, se cada um souber cumprir e entender a sua função, os pacientes não se sentirão perdidos, sem saber a quem pedir ajuda, ou até mesmo, que tipo de médico devem procurar.
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