Um dos maiores tormentos que os jovens passam em suas vidas é com certeza a escolha profissional. Levam-se em consideração os prós e os contras de cada uma das opções, o seu desempenho escolar e as opiniões dos familiares. Alguns, a escolhem por exclusão, simplesmente optando por aquela profissão que lhe trará menos transtornos ou esforço no futuro. Estes últimos estão fadados a frustração e ao insucesso.
No meu caso, nenhuma destas coisas ocorreu. Desde muito criança dizia a todos que seria médico. Mesmo na infância, ao contrário das outras crianças, nunca pensei em ser policial, bombeiro, jogador de futebol ou professor. Sempre quis ser médico. Ao contrário do que possa se pensar, naquela época não havia qualquer parente ou amigo próximo da família que fosse médico, e nunca fui induzido a escolher esta profissão por qualquer pessoa.
Quando se pensa qual a razão para se escolher uma profissão em que se convive com a dor e o sofrimento, com um período de estudo exaustivo, e com uma pressão que poucos suportariam, eu tenho algumas opiniões. Em relação aos estudos, qualquer indivíduo que queira ter destaque profissional e ser competente em sua área de atuação necessita estudar muito, não sendo este um privilégio do médico. Quanto a dor e ao sofrimento, eles infelizmente existem, e a sensação do médico em diminuir ou, até mesmo acabar com estes sentimentos, por si só justifica a dedicação de anos. Quanto à pressão, só há uma maneira de diminuí-la: estar sempre muito preparado e atento a todos os detalhes.
Hoje com o amadurecimento de anos de formado, consegui chegar a conclusão do que me fez escolher a Arte da Medicina desde cedo. Eu simplesmente amo o ser humano, respeitando as suas diferenças individuais, abolindo preconceitos e acreditando que todos querem ser felizes. Desta forma, ser médico é a melhor maneira que existe para se estar perto das pessoas, ajudá-las, trazer conforto em momentos difíceis e torná-las mais felizes.
Quando resolvi dar a vida pela Medicina, não encontrei apenas uma área de interesse, descobri a minha vocação.
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